segunda-feira, 25 de março de 2013

Páscoa Bizarra!

Hoje vendo a reportagem da Osterfest que saiu no Jornal Nacional, acabei revivendo alguns momentos inesquecíveis da minha infância, MAS a minha versão da Páscoa tem uma pitada de humor negro! Vejam primeiro a reportagem que depois conto minhas experiências:

http://g1.globo.com/jornal-nacional/videos/t/edicoes/v/cidade-de-pomerode-ja-vive-os-momentos-de-pascoa/2477451/

Quem me acompanha desde a época da Golden Gang,vai lembrar da Bisa Maria, minha avó que foi quem me criou. Pois bem, quando pequena, era ela quem fazia o papel de "coelho da Páscoa", mas numa versão um tanto... digamos... macabra!
Assim como na reportagem, ela também pintava a bicharada da casa (do tipo chácara) mas não sei dizer porque as galinhas eram sempre as "escolhidas". Pintá-las com bolinhas coloridas e delicadinhas??!! Que nada! 
De manhã, mal a gente acordava, ela já lascava com um tom de advertência: "Vão ver quem passou essa noite no galinheiro!!!" Chegando no galinheiro, a visão daquelas galinhas todas desgrenhadas e "duras" de tanto guache era no mínimo bem estranho! Eu sempre me perguntava porque as galinhas e outros bichos na casa dos meus amiguinhos eram fofinhas, com pinceladas de cores delicadas, e as nossas sempre daquele jeito assustador??!!
E o ritual de assustar não se limitava ao Coelho da Páscoa, o papai Noel também não escapava.Quem está na casa dos 40 vai lembrar daquelas máscaras rosadas de plástico com "pêlos" brancos imitando a barba (parecia o Mostro das Neves) e carregando um saco enorme pra "carregar"as crianças malcriadas. O que era aquilo??!! Mesmo quando já "sabia da verdade", ainda assim não queria chegar perto do "bom velhinho"!
Mas voltando ao Coelho: de todas os feitos da minha Bisa, o dia que ela inventou de fazer as "pegadas" do orelhudo foi o mais bizarro.
Nas semanas que antecediam a Páscoa, sempre que ia a casa de algum coleguinha (época do jardim de infância) via as pegadas do coelho atravessando a casa... e até mesmo subindo as paredes (meio ninja, né??!!) Eram pegadas miudinhas, branquinhas e fofinhas! Mais tarde descobri serem feitas com batatas e maisena. Com uma faca "talhava-se" o formado do pés do coelho na batata e esta então funcionava como um carimbo. Aí era só fazer uma pasta de maisena (ou guache branco) e marcar as pegadas pela casa. Bonitinho né??!! No meu caso NÃO!!!! 
Certo dia caí na besteira de perguntar pra Bisa porque o coelhinho ainda não havia passado na nossa casa, já que não haviam pegadas. Ela prontamente respondeu que no dia seguinte, ele apareceria. Lembro como se fosse hoje, chegando do jardim e finalmente constatando que o coelho (infelizmente) havia aparecido! Diferente dos outros, o coelho que veio a nossa casa era ABSURDAMENTE grande! Lembro de olhar as pegadas e comparar com o tamanho dos pés do meu tio que estava próximo - as patas pareciam ainda maiores que os pés dele! COMO? A louca da Bisa pintou a base dos próprios pés (40 no minimo!) e saiu carimbando a casa! Podeeeee???!!!Fiquei por muito tempo olhando aquelas pegadas, imaginando o tamanho da criatura, no mínimo. 1,80! Porque ele era tão grande??!!
Mas não acaba aí!
À noite, pra finalizar o ritual, quando já estávamos na cama, a Bisa pegava galhos de árvore seca e arrastava-os nas paredes ao redor da casa. Meu Deusiiiiiiiii: o coelho além de gigante tinha garras enormes! Naquela semana que antecedeu a Páscoa a tia do Jardim pediu pra que todas as crianças fizessem seus ninhos com palha para esperarmos o coelhinho. O que eu fiz??!! Berrei, chorrei, esperneei...e obviamente NÃO fiz porcaria de ninho nenhum. Esperar aquele orelhudo de 1,80 e com garras afiadas...nem pensar!!!

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